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Recalculando a rota: novos caminhos pós-coronavírus

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pós-coronavírus

Vamos refletir sobre o que está por vir pós-coronavírus e como estamos nos preparando com o físico, emocional e psicológico dos colaboradores?

A crescente demanda por “necessidade de atenção” que algumas empresas estão fazendo ligou o meu alerta para um fato que deveria estar sendo tratado com mais responsabilidade: o futuro pós-coronavírus.

Nas últimas semanas, venho acompanhando uma enxurrada de apelos para que eu tire uma horinha do meu dia e assista a um evento online, uma palestra, um webinar, uma live, um pronunciamento do diretor de uma empresa, ou a leitura dos manifestos sobre o momento em que o mundo está passando.

O fato é que não vi quase nenhum destes eventos sendo direcionados para a preocupação das empresas com o que pensam em relação aos acontecimentos futuros, ao bem-estar dos colaboradores. Principalmente, sobre como elas estão se preparando para lidar com isso.

Quantas vezes você ligou para seus colaboradores para dizer a eles que está tudo bem e que a empresa está preocupada com a saúde física e mental deles? 

Já se perguntou sobre isso. 

Em reuniões com a equipe da Cria3, um dos pontos mencionados foi que não temos previsão de cortes, por enquanto.

Com base na preocupação com o agora, resolvi levantar alguns questionamentos para que possamos avaliar como será o futuro depois do surto.

O que sua empresa vai fazer quando a pandemia passar?

Lá na frente, vamos ter que testar nossa criatividade para encontrar meios de contornar os acontecimentos que virão e não sabemos. Se não nos prepararmos hoje para o que estará se formando lá na frente, as proporções e efeitos que irão reverberar na economia individual de todas as empresas serão imensuráveis.

Por isso, precisamos pensar em como lidar com o período que se iniciará no pós-coronavírus. Segundo especialistas, ocorrerá em meados de junho.

Precisamos encontrar alternativas que irão nos guiar para sobrevivermos até lá, reduzindo ao máximo as complicações que poderão (e irão) surgir.

Somente a solidariedade não gera receita para cobrir despesas da empresa durante os próximos três meses. Essa é a realidade.

Comece a refletir sobre como você vai garantir a sustentabilidade da empresa tendo uma provável redução drástica em suas receitas. O seu cliente também estará com dificuldades que  irão refletir no seu faturamento.

Mantenha o diálogo aberto 

Converse com sua equipe, encontre formas criativas de ajudar seu cliente, mostre-se aberto a atravessar junto com ele as dificuldades. Faça isso da forma mais humana possível. Seja sincero, paciente e saiba ouvir a dor dele.

Planeje os caminhos para reduzir os impactos nas empresas deles. Não esqueça que o foco precisa estar lá na frente.

Existem setores que terão um disparo produtivo depois da crise. A máquina irá retomar seus processos e a produção terá que ser acionada para abastecer empresas que estarão carentes, e necessitando de produtos que você ou seus clientes produzem.

Identifique as oportunidades que seus clientes terão após a crise. Monte um plano detalhando as ações para transformar as oportunidades em bons negócios.

Não se preocupe, seu cliente sabe que você está trabalhando

“Estamos em home-office“, “conte com a gente”. Seu cliente sabe e entende isso. Você esteve com ele durante toda a vigência do contrato, certo? Ou só lembrou de dizer isso agora? Se este for seu caso, seu contrato corre sérios riscos de ser encerrado em breve.

Coloque essas palavras em prática. Não faça tudo ao mesmo tempo, para justificar sua falta de atenção no passado. Faça o que for necessário nesse momento. Não venda ilusões otimistas.

Não estamos de férias

Nem todo mundo gosta de trabalhar em casa. Tem coisas que levam tempo até que virem hábitos. Assim como irão demorar pra voltar. 

Portanto, cobre mais desempenho e menos tempo de máquina. Desligue o timesheet e aprenda a confiar nas pessoas. A crise vai ensinar como confiar nas pessoas.

Como está a saúde física e mental de seus colaboradores?

O “lar” virou escritório pra muita gente. No começo pode ser maravilhoso! Não enfrentar o trânsito, nem pegar ônibus lotado, poder dormir até mais tarde, flexibilizar o horário de trabalho.

Mas e quando o psicológico não responder mais como deveria? Quando a saudade das conversas no cafezinho baterem? E o almoço no shopping não existir mais? Quando a mesa não estiver enfeitada no aniversário? Quando não tiver happy-hour no final de uma quinta-feira?

As pessoas precisam da rua. Precisam sair de casa. Precisam se comunicar e interagir com outros humanos.

Eu vi muita coisa criativa sendo feita 

Desde cantar parabéns online, até happy-hour remoto com direito a delivery sendo pago pela empresa. É dessa criatividade que eu falo quando digo que falta. Estes são pequenos gestos que podem ser o maior valor que uma empresa pode ter: cuidar de quem dedica 1/3 da vida por ela.

Nesse sentido, algumas empresas que têm o privilégio de contarem com um RH dedicado, conseguem lidar com isso de forma inteligente. É preciso entender o momento que o colaborador está passando.

Devemos tirar alguns minutos pra ver como está o emocional dos colaboradores, principalmente daqueles que moram sozinhos, têm parentes muito distantes, estão acostumados com rotinas mais agitadas, etc. Se preocupar com a saúde emocional destes indivíduos é essencial.

Portanto, procure saber como o seu time está se sentindo emocionalmente. Tente conversar ao menos uma vez por semana, por pelo menos uma hora, pra falarem sobre como está sendo a adaptação deles com a fase de quarentena. Deixe claro que isso é passageiro e que logo estarão todos juntos, com muita história pra contar pós-coronavírus.

Jogue limpo e “papo reto”

Não existe um empresário no mundo que não esteja preocupado com o que pode estar por vir no pós-coronavírus. Tudo é incerto e dá medo. No Brasil, não é diferente.

Mas a sensação que estou tendo é que as empresas estão mais preocupadas com o lado econômico do que com o lado humano do negócio. Sim, é óbvio que sem dinheiro não tem salário no final do mês. Mas será que é só o dinheiro que importará no futuro? 

Sendo assim, ainda temos muito o que aprender com os ensinamentos de uma crise como esta. Mas, se não agirmos agora, tudo o que virá pós-coronavírus, será o preço que iremos pagar pela falta de prevenção.