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Isso é muito Black Mirror! O que já é real, mas você vê como ficção

Isso é muito Black Mirror

Este artigo surgiu após um insight que tive lendo a revista Super Interessante de janeiro de 2018, que traz na capa a frase “Isso é muito Black Mirror”, fazendo um comparativo entre as situações apresentadas na famosa série britânica, um dos campeões de audiência dentro da Netflix.

Black Mirror é uma série de ficção que faz alusões ao comportamento das pessoas diante das tecnologias.

O termo “Black Mirror” é uma referência à tela dos dispositivos (TV, tablet, smartphone), quando desligados, que projetam uma aparência sombria das pessoas que se veem refletidas nelas.

Pensando nestas teorias abordadas na série, resolvi levantar algumas atividades possíveis de serem vistas nos dias de hoje. No relacionamento entre pessoas e tecnologias, que envolvem aplicativos, inteligência artificial, comportamento, desejos, e, porque não, o marketing digital.

Escolhi 5 pontos que talvez você nem perceba, mas que estão em prática no mundo digital.

Isso é muito Black Mirror

Esta expressão vem sendo repetida por pessoas que se deparam com algo fora do normal.

É comum vermos pessoas colocando hashtags com a frase “isso é muito Black Mirror” em seus posts dentro das redes sociais.

Coisas que acontecem de maneira incrível são facilmente relacionadas à série.

Lendo o dossiê apresentado pela revista Super Interessante, me surgiram alguns pontos que já podem ser vistos enquanto você navega na internet ou na timeline de suas redes sociais. Confira!

Propaganda onipresente e os cookies

Este termo eu extraí da reportagem, mas quero sintetizar ele com algo que já é realidade: a propaganda digital.

Quem nunca procurou por algo na internet e logo em seguida passou a ser bombardeado por repetidas interrupções feitas por anúncios de produtos relacionados à sua busca?

Isso é uma constante e faz parte da sua vida.

O fato de sermos abordados por propagandas relacionadas pode parecer assustador, mas se formos levar em conta que só estamos vendo coisas que realmente são do nosso interesse, isso passa a ser mais agradável, perdendo aquele aspecto invasivo criado pelas propagandas de TV, por exemplo, que não são exatamente o que queremos assistir.

No que se relaciona com a internet, esta já é uma prática comum nos anúncios.

Nos deparamos com isso desde que o Google começou a estudar o comportamento das pessoas através dos dados gravados durante a navegação. Sim, ele grava tudo, mas isso é um assunto de outro tópico, mais pra baixo.

Há quem goste de receber somente propagandas de seu interesse, e não se veem incomodados. Preferem isso aos comerciais de TV, pois quando não querem mais ver as promoções, limpam os cookies dos seus navegadores e pronto! Tudo volta a ser como era antes.

Dados capturados e compartilhados: você está sendo vigiado!

O Facebook anunciou recentemente que consegue identificar [através do geolocalizador do smartphone] em quais estabelecimentos você esteve e, a partir daí, enviar informações sobre promoções e atrativos daquele lugar.

Pois bem, saiba que tudo que você faz gera dados. E estes dados são repassados para terceiros que incentivam o consumo.

Mas será que isso é tão ruim assim?

Se formos analizar o fato de que somente seremos abordados por coisas do nosso interesse, seria bom.

Imagine ter uma máquina que controla o tipo de publicidade que você verá, com base nos seus gostos pessoais. Isso é muito Black Mirror!

Saiba que já existe, e cada passo que você dá no ambiente digital é capturado.

A grande vantagem nisso tudo é que no final a escolha acaba sempre sendo sua.

É você quem vai dizer se quer ou não continuar recebendo publicidade na internet, ao ponto de poder dizer não pra tudo, sem precisar acionar um 0800 pra reclamar. Tudo está ao alcance dos seus dedos.

Bitcoin: isso é muito Black Mirror

Imagine uma situação onde tudo é pago com moedas virtuais: ligar a torneira para consumo de água, tomar banho, abrir a geladeira por um certo tempo, assistir um programa de TV, pular comerciais, etc.

No mundo de Black Mirror isso é possível. 

O episódio 2 da primeira temporada, mostra um cara comum que pedala para produzir energia e ser pago em “méritos”, a moeda virtual da ocasião.

Mas, e no mundo real?

Hoje em dia já é possível fazer compras utilizando um “dinheiro virtual” chamado de Bitcoin.

Trata-se de uma espécie de moeda que está com uma cotação imensamente grande, se comparada às moedas tradicionais como o dólar e o euro. De janeiro a dezembro de 2017, o bitcoin passou de US$ 1.000 a pouco mais de US$ 17.000. Já o seu [não tão novo] rival, o litecoin, começou o ano valendo US$ 4 e agora já passa dos US$ 300.

Sem falar nos bancos sem agência bancária, que também já são uma realidade!

Já pensou você não depender de gerente, não ter que ir até a agência pra abrir uma conta, resolver problemas, não ter que se preocupar com limitações de quantidade de extratos, taxas de operações, anuidades, etc. Sim, isso já é real. Instituições como o Banco Original, os cartões de Crédito NU Bank, e tantos outros, já permitem aos usuários esta livre escolha.

Também existem os aplicativos de recebimentos e pagamentos diretos, sem a necessidade de se ter uma conta bancária. Exemplos como o PagueVeloz, PagSeguro, PayPal e outros, já são comuns há muito tempo, mas têm ganhando destaque nos últimos anos por conta destas facilidades. Inclusive são permitidos recebimentos via cartão de crédito, à vista ou parcelados.

A psicografia está com os dias contados?

Um tema que amedronta um pouco é a recriação de pessoas que já morreram.

No episódio 1 da temporada 2, um jovem morre em um acidente e sua parceira testa uma nova forma de inteligência artificial, que coletou dados da vida social dele e colocou ela em contato direto com ele por voz e aplicativos de mensagens. Posteriormente se transformou em um android com as mesmas aparências físicas.

Um aplicativo chamado REPLIKA, lançado em 2015, permite que você crie sua própria memória digital através de informações, fotos, vídeos, chats, etc.

Você praticamente cria um “Clone Virtual” de si mesmo.

Suas informações ficam armazenadas e os mecanismos de inteligência artificial permitem que conversas sejam feitas entre você e outros usuários, mesmo que algum deles não esteja mais entre nós.

Nós e os ChatBots

No livro “Você, Eu e os Robôs” a autora Martha Gabriel fala sobre a transformação digital em que o mundo está sendo conectado e prepara a sociedade para o futuro da ambientação virtual.

Na verdade esta transformação já é observada há tempo, mas hoje ela se faz presente na vida das pessoas através dos aplicativos de mensagens instantâneas.

Quando você acessa um site de compras e se depara com a pergunta “olá, posso te ajudar?”, saiba que este pessoa pode não existir fisicamente.

Os chamados ChatBots são mecanismos de Inteligência Artificial programados para interagir com você por meio da sua necessidade.

São criados conteúdos que simulam uma conversa, baseada em suas dúvidas sobre um produto ou serviço. A partir daí a interação passa a ser tão natural que as pessoas não percebem.

Existem plataformas específicas que criam estas interações com os visitantes do site. A HiPlataform é uma delas. Se você tem um e-commerce, precisa conhecer.

A internet das coisas

Bata palmas para acender a luz! Isso é muito Black Mirror!

Mas será que é só isso?

A Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things, IoT), é uma rede de objetos físicos, veículos, prédios e outros que possuem tecnologia embarcada, sensores e conexão com rede capaz de coletar e transmitir dados.

Nela tudo pode ser controlado a distância, por um simples toque no celular.

Imagine você poder ligar o ar condicionado 15 minutos antes de chegar em casa! Ou ver sua geladeira te avisando que acabou o iogurte. Depois te mostra algumas opções de compra diretamente em uma tela touch integrada no painel de controle dela. Uma esteira que te avisa quando está na hora de fazer exercícios. Um aplicativo que te diz qual o melhor alimento para ser consumido em determinada hora do dia. Tudo de acordo com sua frequência cardíaca e índice glicêmico. Assustador?

Você não sabe o que ainda está por vir (ou já chegou).

Aparelhos eletrônicos inteligentes já são uma realidade.

Avalie seu dia a dia e anote todas as coisas simples que você já faz de forma programada. Despertador, timer, sleep da TV, alarme, etc. Tudo isso já é realidade na sua vida há muito tempo. Mas você nunca percebeu que isso pode ter sido um início para todo o restante da evolução existente.

Quem poderia dizer que um dia seria possível levar um computador inteiro no bolso?

Não duvide desta revolução.

Veja o lado bom: você não precisará mais procurar por produtos ou serviços. Tudo estará sendo oferecido pra você. Caberá a você decidir em qual estabelecimento ou site irá comprar. Bastam poucos cliques para que seu produto seja comprado e despachado para sua casa.

Concluindo, quando você se deparar com a expressão “isso é muito Black Mirror” esteja certo de que esta diante de algo incrível. Mas não se assuste (pois é muito cedo) diante de tudo que ainda está por vir. Prepare-se!